Paradoxo do "O Rei da Merda" vs. "A Merda do Rei": Reflexões Sobre Satisfação e Realização profissional

Há alguns anos, ouvi duas frases que até hoje me fazem refletir sobre os porquês das coisas. Um antigo chefe que tive me perguntou: "O que é melhor: ser a merda do rei ou ser o rei da merda?" Esta pergunta sempre me deixa pensativo sobre: ser o “grande” em algo medíocre ou fazer coisas medíocres em um “grande” lugar?

Ser a Merda do Rei significa estar em uma posição inferior dentro de uma estrutura de prestígio ou poder. Mesmo fazendo parte de algo grandioso, sua contribuição pode ser mínima ou desvalorizada.

Estar em um grande palco, mas desempenhando um papel secundário, pode oferecer oportunidades únicas pela proximidade com o poder e o prestígio, ainda que a contribuição individual não seja reconhecida.

Ser o Rei da Merda é liderar algo que, mesmo estando sob nosso controle, não traz "verdadeiro valor" ou prestígio.

Nesse cenário, somos os “bons” em um campo que não é reconhecido ou respeitado. Liderar algo com menos prestígio proporciona uma sensação de controle e realização imediata. Ser o principal ator em um cenário menor permite exercer plenamente nossas habilidades e vontades, moldando o ambiente conforme nossa visão. Essa autonomia pode ser muito satisfatória, mesmo que o ambiente em si não seja amplamente conceituado.

Imagem ilustrativa temática sobre ser a Merda do Rei ou o Rei da Merda

Experiências Pessoais

Outra frase marcante veio de uma colega de trabalho que me disse:

"Aqui o trabalho não vai te satisfazer, tu vais ter que encontrar outras coisas que te satisfaçam."

Na hora, achei que fosse uma crítica dura, mas ela estava certa. No mês seguinte, em 2012, abri a agência Bola Ideia, um estúdio de música mesclado com uma agência de ideias. Essa decisão foi um ponto de virada para mim, permitindo-me encontrar satisfação e realização em um campo onde eu tinha maior controle e podia expressar minha vontade e criatividade de maneira autêntica.

Reflexões Finais

Pensando nessas duas situações e na minha própria experiência, percebo que ambas têm suas vantagens. A verdadeira questão talvez não seja qual delas é melhor, mas sim como encontramos equilíbrio e satisfação em qualquer contexto. A capacidade de aprender e crescer em um grande ambiente, mesmo em uma posição inferior, pode ser tão valiosa quanto a autonomia e a realização encontradas em algo “menor”, sem juízo de valor.

Essas duas frases, embora pareçam falar de contextos diferentes, na verdade se complementam e refletem minha visão de vida. Elas me fazem refletir e me ensinam que, independentemente do contexto, é possível encontrar valor e satisfação. A chave está em reconhecer quando é hora de buscar algo maior (se for isso que se quer), mesmo em um papel menor, e quando é hora de assumir o controle total de algo que podemos chamar de nosso, se esse for o real objetivo desejado.

A reflexão sobre "ser a merda do rei ou ser o rei da merda" nos convida a explorar nossas próprias prioridades, identidade e valores, enquanto a sabedoria da minha colega me lembra da importância de buscar o que realmente me satisfaz.

Na moral, o importante é encontrar um caminho que ressoe com nossos objetivos de satisfação e realização profissional, nossas aspirações, circunstâncias e, fundamentalmente, pelas oportunidades que temos.

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